A história de uma jovem que teve sua vida transformada através da música
Neste mês nas igrejas batistas vivenciamos o período de Campanha por Missões Mundiais, então estarei compartilhando com vocês alguns artigos interessantes que envolvem Música e Evangelismo.
Estava na hora do almoço e a jovem Elisabeth, juntamente com sua cunhada Nadir e outras moças corriam até o Largo do Arouche (São Paulo) para assistir ao programa do Manuel da Nóbrega. Era final dos anos 1950 e início dos 60. No palco daquele auditório as moças podiam ver seus cantores favoritos cantarem ao vivo. Quando chegavam às casas contavam suas proezas para os pais, que sorriam do tamanho sacrifício para ouvir meia dúzia de canções.
O tempo passou, mas o gosto pelas canções não acabou. Logo a televisão começou a ser popularizada e em quase todos os lares havia um aparelho de TV. Um dos lazeres preferidos da então jovem senhora Elisabeth era ver os programas de auditório onde desfilavam cantores famosos e desconhecidos calouros. Após casar-se, foi morar perto de sua cunhada Nadir. Logo ambas tiveram suas filhas que passaram a crescerem juntas. Nadir, a princípio, optou por não trabalhar fora para melhor cuidar dos filhos. Elisabeth, assim, retornou ao emprego e deixou sua pequena filha aos cuidados da cunhada.
Nadir havia sido criada na igreja por sua mãe, senhora Esmeralda, fiel e dedicada serva do Senhor, mas logo na adolescência desviou-se. Porém, quando sua pequena filha nasceu, achou por bem manda-la para a igreja junto com sua mãe, pois queria ver a filha nos caminhos de Deus, embora ela mesma parecesse não se importar muito com isso. A dedicada avó começou a levar a menina na igreja e fez tudo para levar a pequena filha da Elisabeth junto, mas diferentemente de Nadir, ela não conhecia a Palavra de Deus e não queria que a criança ficasse ‘fanática’. Diariamente a velha Esmeralda orava para que sua filha voltasse para a igreja e seu genro se convertesse, bem como sua família (e entre eles, a jovem Elisabeth). Mas, quanto mais orava e convidava para que todos fossem à igreja, mais as desculpas aumentavam e até mesmo as negativas e os pedidos para que ela parasse de importunar todo mundo com esse negócio de Jesus, Igreja, Evangelho, Bíblia...
Mais de 30 anos se passaram e Deus ouviu as orações de esmeralda: sua filha voltou para a igreja, seu genro se converteu e seus netos eram crentes fiéis e atuantes. Mas a senhora Elisabeth não queria saber de nada. Todos os convites feitos eram recusados. Havia notado a diferença na vida do irmão e da cunhada, percebia a diferença na vida dos sobrinhos, contudo achava que era mera coincidência. Passados muitos anos, a sobrinha da Elisabeth tornou-se ministra de música da igreja que frequentava desde criança. Incentivada por seu pastor, criou um coro de terceira idade que era aberto às pessoas que não eram membros da igreja. A finalidade era evangelizar através da música.
Os ensaios começaram e o coro foi se fortalecendo. Com o tempo, surgiu a idéia de convidar a tia Elisabeth para catar, afinal de contas, ela amava música e tinha uma voz muito bonita. A princípio, Elisabeth tratou de dar algumas desculpas, dizendo que não podia ir pra igreja porque o marido não gostava, depois dizendo que não tinha tempo para ir todo domingo, até que um dia abriu o jogo. “Eu quero cantar no coro, mas não quero virar crente, posso?” Sua sobrinha sorriu e disse: “Venha cantar e não se preocupe com isso.” A primeira música que Elisabeth aprendeu e que se tornou a sua predileta foi: “Oh! Tão cego eu andei e perdido vaguei, / sempre longe do meu Salvador/ Que da glória desceu e saiu sangue verteu/ pra salvar-me por seu imenso amor./ Foi na cruz, foi na cruz, onde um dia eu vi/ Meus pecados castigados em Jesus. / Foi ali, pela fé, que meus olhos abri/ E eu agora ,me alegro em Sua luz.”
A cada ensaio novas músicas eram acrescentadas ao repertório e novas descobertas espirituais eram feitas por Elisabeth. No princípio dos ensaios, ela se limitava a participar dos ensaios e ir à igreja no dia das “apresentações”. Mas aquelas músicas, aquelas letras entrando em seu coração e em pouco tempo ela passou a frequentar regularmente os cultos e a se envolver em outras atividades da igreja. Sua vida foi mudando, seu comportamento também. Agora pensava em batizar-se e servir e ao Senhor com todo o seu vigor. Enquanto preparava-se para isso, Elisabeth teve um infarto muito grave e precisou ser internada. Ali no hospital ainda falou com seu pastor e sua sobrinha da experiência que tivera com Jesus, da sua certeza da salvação e do desejo de servi-Lo por toda sua vida. Infelizmente, a cada dia seu estado de saúde se agravava. A cirurgia feita não foi bem-sucedida e os médicos chamaram a família e disse que seu estado era muito grave e irreversível.